Em destaque alguns trechos da brilhante palestra do Dr. José de Felippe Junior no V Congresso Internacional de Nutriçao Funcional que aconteceu de 24 a 26 de setembro . Vale a pena conferir!!
Sempre que procuramos saber sobre longevidade surgem as lendas das fontes da juventude: “quem tomar ou se banhar nesta água viverá por longos anos com saúde e feliz”. A referência mais antiga sobre fontes da juventude está nos livros hindus, 700 a.C. Aparecem também no Antigo e no Novo Testamento, no Corão e nos escritos romanos e gregos. Sempre o mesmo fascínio pela água.
A longevidade sempre esteve envolvida com mitos e lendas. Muitas destas lendas envolvem regiões do Planeta onde se supõe que as pessoas vivam mais que o habitual. A idade verdadeira das pessoas nestes lugares geralmente longínquos e isolados é difícil de se documentar, entretanto, tudo leva a crer que realmente existem lugares isolados na Terra onde as pessoas não sofrem com tanta frequência de doenças crônico-degenerativas e vivem mais tempo que o habitual e ainda com saúde. Essas populações são livres de cáries dentárias, reproduzem-se sem problemas de esterilidade, geram crianças saudáveis, e quase não conhecem doenças coronarianas, diabetes, reumatismo, hiperlipidemias, pressão alta e especificamente o câncer tem uma incidência muito baixa, quase nula. Essas pessoas ultrapassam os 110 – 125 anos de idade com muita saúde, muita disposição, sem perda de memória e ativas tanto para o trabalho como sexualmente.
No Brasil, em janeiro de 2000, o Professor Morigushi, gerontologista, descreve uma região entre a serra e o Vale de Taquari no Rio Grande do Sul onde a taxa de longevidade dos colonos descendentes de imigrantes italianos é maior que no resto do país. Nas suas palavras “A longevidade é atribuída ao padrão de qualidade de vida aliado à dieta. Estes habitantes vivem da agropecuária local, e têm como base alimentos frescos e processados artesanalmente como o frango caipira, as verduras e frutas da época, a polenta, o leite integral, os queijos e os outros. Eles também consomem regularmente o vinho produzido na região, bebida com propriedades terapêuticas conhecidas. Apresentam baixo índice de doenças cardiovasculares, depressão e estresse. Permanecem lúcidos, movimentam-se e trabalham até idade avançada, além de participarem regularmente de atividades religiosas e sociais como jogos de bocha e festas. A relação familiar é bastante valorizada e sentem-se seguros na região em que vivem”. Os habitantes desta região vivem mais do que qualquer outra região do Brasil, entretanto, eles não descobriram o elixir da juventude, pois apesar de viverem em média até os 74 anos, o que significa 7 anos a mais que a expectativa média da população brasileira de 67 anos, eles não ultrapassam o centenário de vida que estamos aqui interessados.
Para Hipocrates “Nós somos o que comemos” e para os pesquisadores modernos que estudam não somente o ambiente químico das células, mas o físico-químico “NÓS SOMOS O QUE BEBEMOS”. Sem alimento podemos viver 30 dias, sem água vivemos somente 7 dias. A água é a matéria, a matriz e a mãe da vida. A estrutura molecular da água é a essência da vida e sem água não há vida como a conhecemos. Ela é a molécula mais abundante do nosso corpo e do Planeta e a mais desconhecida, mais extraordinária e mais anômala que se conhece. No Universo é a segunda mais abundante, atrás somente do hidrogênio (H2).
Entretanto, nem todas as águas são iguais. Existem de um modo geral e do ponto de vista físico, dois tipos de água, a estruturada e a não estruturada.A água estruturada é rica em pontes de hidrogênio, viscosa sendo chamada de baixa densidade, é a água tipo B. É ela que mantém a estrutura das proteínas, das enzimas, da membrana do DNA. É com este tipo de água que as células conseguem sintetizar todas as substâncias necessárias para a vida do organismo. A água desestruturada é a tipo A, de alta densidade, fluída, pobre em pontes de hidrogênio e que diminui o grau de ordem-informação do sistema termodinâmico celular sendo a predominante nos tecidos doentes ou com câncer.
Se nós conseguirmos aumentar a água tipo B estruturada na intimidade do DNA podemos teoricamente reverter o processo de envelhecimento. No envelhecimento acontece inexoravelmente uma desidratação das células. Enquanto os recém nascidos têm 80-85 % de água, os idosos apresentam somente 50-55%. Nos seres humanos os mecanismos de defesa que mantém a hidratação e o volume celular são potentes, e datam do grande passo da Evolução.
O ambiente que a população mundial está vivendo no presente momento sofreu mudanças muito rápidas nos últimos 50 anos. Estamos vivendo em ambiente adverso e hostil, respirando ar com baixa concentração de oxigênio e alta de poluentes; a nossa água além de ser morta contém flúor e hormônios; os legumes e as verduras estão ricos em pesticidas e agrotóxicos tanto os permitidos pela legislação como os ilegais; a carne bovina e de ave estão repletas de antibióticos e hormônios; as torres de celular nos circundam; os cabos de alta tensão e transformadores estão aí para quem quiser ver; o trânsito está cada vez pior, os jornais de tele-notícias cada vez mais sangrentos e o desemprego ameaça os mais velhos e os mais jovens. O estresse mora ao lado.
Os profissionais da saúde tem o dever de informar e ensinar aos pacientes e seus familiares, uma nutrição orgânica e sem agrotóxicos, como reduzir os níveis de metais tóxicos e dos xenobióticos, etc.
A ingestão de nutrientes estruturadores e de água estruturada concomitante ao tratamento ecológico e biomolecular vai proporcionar uma excelente qualidade de vida, acrescida da possibilidade teórica de viver muito mais.