O uso intensivo de agrotóxicos
na produção de
alimentos no Brasil tem gerado
preocupações no âmbito da saúde pública. Os
resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos
(PARA), divulgados em outubro, mostram que ainda é preciso investir na formação
dos produtores rurais e no acompanhamento do uso de agrotóxicos.
Os dados do monitoramento do último PARA (2011/2012) mostram que
36% das amostras de 2011 e 29% das amostras de 2012 apresentaram resultados
insatisfatórios. Existem dois tipos de irregularidades, uma quando a amostra
contém agrotóxico acima do Limite Máximo de Resíduo (LMR) permitido e outra
quando a amostra apresenta resíduos de agrotóxicos não autorizados para o
alimento pesquisado.
O atual relatório traz o resultado de 3.293 amostras de treze
alimentos monitorados, incluindo arroz, feijão, morango, pimentão, tomate,
dentre outros. A escolha dos alimentos baseou-se nos dados de consumo obtidos
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na disponibilidade
destes alimentos nos supermercados das diferentes unidades da federação e no
perfil de uso de agrotóxicos nestes alimentos.
Um dado que chama a atenção é a presença de pelo menos dois
agrotóxicos que nunca foram registrados no Brasil: o azaconazol e o
tebufempirade. Isto sugere que os produtos podem ter entrado no Brasil de
forma ilegal.
Diversos agrotóxicos aplicados nos alimentos agrícolas e no solo
têm a capacidade de penetrar no interior de folhas e polpas, de modo que os
procedimentos de lavagem dos alimentos em água corrente e a retirada de cascas
e folhas externas dos mesmos contribuem para a redução dos resíduos de
agrotóxicos, ainda que sejam incapazes de eliminar aqueles contidos em suas
partes internas.
Soluções de hipoclorito de sódio (água sanitária) devem ser usadas para a
higienização dos alimentos na proporção de uma colher de sopa para um litro de
água, com o objetivo apenas de matar agentes microbiológicos que possam estar
presentes nos alimentos, e não de remover ou eliminar os resíduos de
agrotóxicos.
A
tabela 1 mostra os alimentos analisados em 2011:
Alimento
|
Amostras
analisadas
|
Amostras insatisfatórias
|
Amostras acima do
limite permitido
|
Agrotóxico não
autorizado
|
Pimentão
|
213
|
84%
|
0,9%
|
90%
|
Cenoura
|
152
|
67%
|
-
|
67%
|
Pepino
|
200
|
44%
|
0,7%
|
41%
|
Alface
|
134
|
43%
|
5,3%
|
20%
|
Uva
|
208
|
27%
|
5%
|
36%
|
Arroz
|
162
|
16%
|
-
|
16%
|
Tomate
|
151
|
12%
|
-
|
9%
|
Feijão
|
217
|
6%
|
-
|
6%
|
A
tabela 2 mostra os alimentos analisados em 2012:
Alimento
|
Amostras
analisadas
|
Amostras
insatisfatórias
|
Amostras acima do
limite permitido
|
Agrotóxico não
autorizado
|
Morango
|
211
|
59%
|
13%
|
80%
|
Pepino
|
264
|
42%
|
2%
|
38%
|
Abacaxi
|
210
|
41%
|
1%
|
39%
|
Cenoura
|
229
|
33%
|
-
|
33%
|
Laranja
|
227
|
28%
|
1%
|
26%
|
Maçã
|
263
|
8%
|
1%
|
7%
|
Arroz
|
261
|
1%
|
-
|
1%
|
Confira
mais dados do relatório do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos
acessando www.anvisa.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário