A Análise de Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 divulgado no dia 28 de julho, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a dieta de 90% dos brasileiros está fora do padrão recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no que diz respeito ao consumo de frutas, verduras e legumes.Para realizar a pesquisa, o IBGE pediu a 34 mil moradores, de 13,5 mil domicílios selecionados em todo o País para registrarem o seu consumo diário de alimentos em dois dias não consecutivos.
De acordo com o levantamento, os adolescentes, consomem em grande quantidade, alimentos como biscoitos, salame, salsicha, mortadela, sanduíches e salgados. Entre as bebidas, o destaque é para os refrigerantes e sucos com adição de açúcar.
O consumo de biscoitos recheados foi quatro vezes maior entre os adolescentes (12,3 g/dia) do que entre adultos (3,2 g/dia) e foi mínimo entre os idosos (0,6 g/dia). Para sanduíches, os adolescentes e os adultos apresentaram médias de consumo duas vezes maiores do que os idosos.
No levantamento por situação de domicílio, a população rural brasileira apresenta maiores médias diárias de consumo per capita de frutas e peixes frescos do que a população urbana. Destacam-se nos domicílios rurais o consumo de arroz, feijão, peixes frescos e farinha de mandioca. Já na área urbana, segundo o IBGE, o destaque é para os refrigerantes, pão de sal, cerveja e sanduíches.
Quando considerada a alimentação de homens e mulheres, o estudo aponta que os homens tem menor consumo per capita de verduras, saladas, e grande parte das frutas e doces. Já o consumo per capita de cerveja e bebidas destiladas chega a ser cerca de cinco vezes maior entre os homens do que entre as mulheres - o consumo de cerveja é de 8,1 g/dia entre as mulheres, contra 55,7 g/dia entre os homens.
O estudo do IBGE indica, ainda, uma relação entre as condições de alimentação e a renda familiar per capita do brasileiro. Segundo o levantamento, alimentos considerados saudáveis como o feijão, preparações à base de feijão, milho e preparações à base de milho são mais consumidos entre a população de menor renda. O mesmo acontece com o consumo médio de batata-doce, enquanto a batata frita, por exemplo, considerada altamente calórica, é mais consumida na classe de maior renda.
O consumo de doces, refrigerantes, pizzas e salgados fritos e assados, considerados prejudiciais à saúde, também é reduzido na menor categoria de renda do brasileiro. Por outro lado, o consumo de frutas e verduras aumenta conforme a renda, assim como o de leite desnatado e os derivados de leite, que têm custo mais elevado.
A Organização Mundial da Saúde e o Guia Alimentar Brasileiro sugerem o consumo de 400 g de frutas, legumes e verduras por dia. Nem 10% da população ingere o indicado.
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