A amamentação estabelece um vínculo entre a mãe e seu recém-nascido. O
leite materno passa anticorpos e
contribui para o bem-estar psicológico do
bebê, no entanto, ele também pode prejudicar algumas crianças, se estiver
contaminado com metais tóxicos.
Um novo estudo realizado por S.
Allen Counter, professor clínico de neurologia e diretor da Fundação Harvard,
mostra que altos níveis de chumbo, assim como outros metais tóxicos, como mercúrio
e cádmio, pode passar da mãe para filho através do leite materno. O estudo é
descrito em um artigo publicado neste mês no Journal of Toxicology and
Environmental Health.
O mais grave é que as gestantes, mesmo em países
desenvolvidos, não conhecem sobre os riscos dos
metais tóxicos, especialmente o chumbo, que é absorvido nos ossos e que durante a gravidez migra para o útero , o qual
passa para o feto e acumula-se também no leite materno de maneira que a quantidade de chumbo no leite da mãe é essencialmente
igual a encontrada no sangue .
Como parte do estudo, os
pesquisadores coletaram amostras de
leite de cerca de 24 mães na comunidade de índios quíchuas da América do
Sul, e enviou-as para os Estados Unidos para testes. Os resultados, segundo eles,
foram surpreendentes.
Nos Estados Unidos, as mulheres apresentam geralmente níveis de chumbo entre 2,2 e 2,4 microgramas por litro de leite. Na América do
Sul, os investigadores encontraram uma mulher andina Quechua com 49 microgramas
por litro, e seu lactente tinha um nível de chumbo no sangue de 107 microgramas
por litro, ou seja, mais de 20 vezes acima do nível de risco do CDC que é de 5 microgramas por litro.
O Dr. Counter em suas visitas às
aldeias examinou também como níveis elevados de chumbo afetavam os níveis
cognitivos da população e observou , ainda
que, muitas crianças ao cumprimentá-lo ,sorriam, e seus dentes eram escuros,
quase pretos, porque absorveram muito chumbo.
As principais vias de exposição
ao chumbo são oral, inalatória e cutânea.
As fontes de contaminação são : água, bateria para veículos, uso de porcelana
esmaltada e pintada, utensílios de PVC, plásticos,
borrachas, soldas, fabricação caseira de chumbadas de pesca e cartuchos;
tinturas de cabelo, tintas de brinquedos e de parede,mamadeiras de vidro, alimentos
enlatados,agrotóxicos, emissões industriais e cosméticos.
Sabe-se hoje que o chumbo afeta múltiplos órgãos e tecidos,
principalmente cérebro, ossos, fígado, rins, testículos, esperma, sistema
imunológico e pulmões. Em crianças, à medida que aumenta o grau de contaminação
agravam-se os sintomas: dificuldades de aprendizagem e atenção, apatia, dores
de cabeça e convulsões, diminuição de QI, perda de audição, comportamento
agressivo, retardamento mental e no crescimento , dores abdominais e nas
articulações, nefropatia, anemia e outras.
Em adultos, são relatados na
literatura médica, progressivamente: hipertensão, desordens do sistema nervoso,
perda de memória, irritabilidade, dores de cabeça, encefalopatia, esterilidade
e impotência, nefropatia, anemia e diminuição da longevidade.
http://news.harvard.edu
Nenhum comentário:
Postar um comentário