O trato gastrointestinal está chamando a atenção
mundialmente e, recentemente, foi nomeado como o segundo cérebro. Laboratórios
de todo o mundo estão mapeando o caminho de informação bidirecional entre esses
dois órgãos como eixo intestino-cérebro
Recente
estudo de 2015, mostrou a
influência do intestino sobre uma vasta gama de coisas, da saciedade e
obesidade ,ao humor e ansiedade. Mesmo a maneira como reagimos ao estresse não
é mais considerada como de domínio do cérebro.
O
mais recente capítulo dessa história introduz a comunidade bacteriana que vive
em nosso intestino. O microbioma (o nome dado a estas bactérias) parece ser um
jogador-chave na modulação da química cerebral e, consequentemente, do humor.
Seu
microbioma é determinado pela idade, genética, geografia, medicamentos,
estresse e talvez o mais importante, pela dieta. Aparentemente, nós nunca
comemos sozinhos. Quando nos alimentamos, também estamos servindo às colônias
bacterianas em nosso intestino. Sua alimentação define que tipos de bactérias prosperam.
Estamos apenas começando a apreciar as consequências para a saúde a partir de
específicos perfis de microbioma.
Usando
uma variedade de intervenções, incluindo dieta, antibióticos, probióticos e
transplante fecal, os pesquisadores começam a entender como essas bactérias
intestinais afetam o humor. Dois mecanismos têm dominado grande parte dessa
pesquisa, a serotonina e a inflamação.
A
serotonina, um mensageiro químico conhecido no cérebro, é o alvo de toda uma
classe de antidepressivos (Prozac, Zoloft, Celexa). Acontece que a grande
maioria da nossa serotonina está localizada no intestino, não no cérebro. O
corpo fabrica esse importante regulador de humor a partir do triptofano, um
aminoácido das proteínas alimentares. Devido às bactérias intestinais poderem
determinar o quanto de triptofano é absorvido, elas têm um efeito poderoso
sobre o nível de serotonina que é determinante crítico do humor.
Os
cientistas demonstraram que dietas ricas em gorduras saturadas e carboidratos
refinados desencadeiam mudanças nas bactérias intestinais associadas com
inflamação crônica sistêmica. Esse estado inflamatório de longa data tem sido
identificado como um fator causal na depressão.
Certos
probióticos têm demonstrado exercer efeitos antidepressivos em modelos animais
e seres humanos. Esses suplementos dietéticos, às vezes chamados de psicobióticos,
contêm micróbios vivos que podem fornecer a próxima geração de antidepressivos.
Numa
série de experiências, Bravo et al. demonstraram que Lactobacilli reduziu
os níveis de cortisol induzidos pelo estresse e comportamentos relacionados à
depressão em animais. Quando foi cortado o nervo vago, esse efeito foi
eliminado. Isso proporcionou a primeira identificação do percurso de tal
comunicação a partir do intestino para o cérebro.
Ainda
temos muito a aprender. A determinação clara de quais perfis de microbiomas são
consistentemente associados com a depressão e a melhor intervenção psicobiótica
ainda não foi alcançada. Mas esse dia não está longe.
A
implicação é que o cérebro pode ser confuso, mas o trato gastrointestinal sabe.
A
ciência, a fortaleza da racionalidade, está demonstrando o que os poetas sempre
souberam. Se você procurar a verdade, os sentimentos muitas vezes vencem os
pensamentos.
Artigo traduzido por Essential
Nutrition
Autora: Paul Spector