sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Mais Pimenta e Menos sal


Malagueta, dedo-de-moça, comari, biquinho, caiena, habanero, tabasco, jalapeño. Não faltam opções de pimentas para temperar e dar sabor aos alimentos. A variedade existente no Brasil e no mundo é ampla, tanto quanto os benefícios que elas podem propiciar ao organismo.
Atreladas a um estilo de vida saudável, essas picantes frutinhas (na classificação da  botânica) podem melhorar o humor, ajudar a emagrecer, aumentar a circulação sanguínea e agir como antiinflamatórios.

No livro “ Pimenta e seus benefícios para  a saúde, o médico Marcio Bontempo, explica que os efeitos são resultados da ação da capsaicina e da piperina, agentes ativos, encontrados nos frutos, com comprovada ação vasodilatadora arterial. E ainda, aumentam a produção de endorfinas, o hormônio do prazer e do bem-estar, e de outras substâncias também ligadas à satisfação, como a serotonina e a dopamina. "Na mulher, a melhora na irrigação sanguínea e a elevação da serotonina ainda produz um efeito afrodisíaco", afirma o médico.

Ação antioxidante e auxilia na redução de peso

A ação sobre o controle do peso se dá pela aceleração da queima metabólica e seus impactos sobre o metabolismo foram comprovados em uma pesquisa conduzida na Univesité Laval, do Canadá (Québec). Durante um período, voluntários consumiram uma pequena porção de pimenta-caiena no café da manhã e tiveram o apetite reduzido e a queima de calorias aumentada.

Graças à presença de vitamina C, licopeno e outros pigmentos, as pimentas ainda têm efeito antioxidante e  promovem uma varredura de radicais livres desencadeadores do processo inflamatório.
Estima-se que os brasileiros consumam meio grama por dia de pimenta, a mesma quantidade que os europeus. De acordo com Nelusko Linguanotto Neto, autor do livro Dicionário Gastronômico, os campeões mundiais são os coreanos, com 8 gramas diárias, na sequência, vêm os tailandeses com 5 gr/dia , seguidos dos indianos com 2,5 gr/dia  e dos mexicanos com 2 gr/dia

Grau de ardência


A característica mais importante e peculiar encontrada nas pimentas é a sensação de ardência ou queimação (pungência) causada pela ingestão ou aplicação tópica das mesmas. Essa substância na verdade é um composto químico formado por capsaicinóides, perceptíveis aos seres humanos em soluções de dez partes para um milhão de água.
O grau de ardência das pimentas é a medida que classifica as pimentas de acordo com a quantidade de capsaicina, o qual é apresentado em unidades na Escala de Scoville, sendo um dos testes considerado muito confiável.
Os capsaicinóides são produzidos nas glândulas da placenta da fruta. Embora as sementes não sejam a fonte de ardência, elas ocasionalmente absorvem a capsaicina devido a proximidade com a placenta.
Os níveis de ardência da pimenta são influenciados por componentes ambientais e genéticos, tais como: estrutura genética da variedade, condições climáticas, condições de crescimento e idade da fruta. Além disso, estudos recentes revelam que quanto maior o risco da planta ser atacada por fungos, maior é a quantidade de capsaicina  presente no fruto. Esse mecanismo de defesa garante a proteção da fruta contra a invasão de bactérias.

Confira abaixo o grau de ardência das diversas pimentas:
  
PIMENTA
GRAU DE ARDENCIA
ESPECIFICAÇÕES
Biquinho
0 a 1
Não arde , muito aromática, usada na decoração de pratos
Pimenta-do-reino
3 a 4
Usada no tempero de carnes, aves e peixes
Alapeño
5
Empregada em molhos e como acompanhamentos dos nachos
Dedo-de-Moça
6
Usada na culinária brasileira
Pimenta Serrano
7
Conhecida como pimenta verde e usada como tempero de carnes
Pimenta-de-bode
8
Usada na culinária Goiana
Comair
8
Servida separada pelo alto grau de ardencia
Malagueta
9
Em Portugal é conhecida como piri-piri
Habanero
10
Usada  em pratos a base de tomate e frutos do mar
Jolokia
20
Encontrada na índia, conhecida como pimenta fantasma, está no GuinessBook como a mais forte do mundo

Quem deve evitar


Pessoas com problemas de refluxo, úlceras e gastrites devem evitar o consumo para não agravar o quadro.
O alimento também não é o responsável pelo desenvolvimento de hemorroidas, como muitos imaginam. As pimentas, assim como no caso das disfunções estomacais, agravam a situação.