sexta-feira, 17 de junho de 2011

My Plate , o novo Guia Alimentar Americano


Em 2 de junho de 2011, o governo dos Estados Unidos apresentou uma nova proposta de recomendações nutricionais na forma de um prato, denominado “ My Plate”, como substituto à tradicional representação gráfica dos grupos alimentares em forma de pirâmide.
O novo padrão é um prato dividido em quadrantes. Mais da metade do espaço é tomado por frutas e legumes. O restante é reservado para grãos e proteínas. Um círculo menor, em azul, indica a porção de laticínios e derivados.
O "MyPlate" reflete orientações, mostrando o grupo das hortaliças e das frutas com uma maior proporção se comparado ao grupo dos cereais, por exemplo.
Este novo ícone irá substituir a antiga pirâmide alimentar nos Estados Unidos, fazendo parte da campanha americana contra a obesidade. A intenção é que este novo guia auxilie a população em escolhas saudáveis.
O governo americano atualizou as diretrizes alimentares lançadas em janeiro deste ano, sugerindo que os americanos reduzam o consumo de sal, açúcar e gordura. Aconselha também o aumento no consumo de frutas, vegetais e peixe.
No Brasil, acredito que em breve medidas semelhantes precisam ser adotadas, pois a obesidade está crescendo, principalmente entre as crianças.Este tipo de mudança será decisivo na qualidade vida das novas gerações e na prevenção de doenças associadas a má alimentação.
Mais informações no site:www.choosemyplate.gov

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Agrotóxicos nos alimentos e no leite materno

No mês de abril, a Comissão de Seguridade Social da Câmara dos Deputados elegeu os agrotóxicos como tema para uma audiência pública que debateu aspectos da comercialização, fiscalização, utilização e implicações do uso dos defensivos químicos na agricultura.Foram apresentados os dados sobre o consumo de agrotóxicos no Brasil.
Em 2009, a agricultura utilizou quase um bilhão de litros; em 2008, 700 milhões,ou seja, para cada habitante desse país, os grandes produtores despejam 5,2 quilos de veneno e para 2010, esse cálculo chegará a sete quilos por pessoa.
O relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgado em 2010, aponta alta presença de agrotóxicos nos alimentos – frutas, verduras, legumes e grãos - consumidos pelos brasileiros. Das 3.130 amostras de 20 alimentos coletadas pela agência em 2009, 29% apresentaram algum tipo de irregularidade, como resíduos de agrotóxicos acima do permitido e ingredientes ativos não autorizados.
Os alimentos que estavam com problemas foram: pimentão, uva, pepino, morango, couve, abacaxi, mamão, tomate, beterraba, arroz, cenoura, repolho, cebola, laranja e manga.
Segundo Anthony Wong, diretor médico do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) da Faculdade de Medicina da USP, “se o agrotóxico for de superfície, de aplicação limitada à parte externa do alimento, elimina-se o risco na maioria das vezes lavando bem”.
A dificuldade cresce nas situações em que há penetração da substância. Nesse caso, a fervura pode inativá-la, mas há agrotóxicos à base de metais como o zinco ou estanho, que são chamados estáveis, onde o aquecimento não inativa, logo não reduz o perigo.
O médico Wanderlei Pignati, professor de Saúde Ambiental na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), é mais cético em relação à água. "Lavar os alimentos não resolve praticamente nada. Será eliminado o agrotóxico que estiver na casca, mas o grande problema está dentro".



Agrotóxicos no leite materno

Uma pesquisa da Universidade Federal do Mato Grosso examinou 62 mulheres em fase de amamentação na cidade de Lucas de Rio Verde (MT), entre fevereiro e junho de 2010. Todas apresentavam pelo menos um princípio ativo de agrotóxico no leite. Algumas das amostras continham seis variedades de defensivos agrícolas. Sendo que apenas três das entrevistadas residiam na zona rural.
A responsável pela pesquisa Danielly Palma mostrou o impacto dos agrotóxicos em mães que estavam amamentando na cidade de Lucas do Rio Verde, uma cidade que está entre os maiores produtores de grãos do Mato Grosso. Apesar de apresentar alto IDH (índice de desenvolvimento humano), a exposição de um morador a agrotóxicos no município durante um ano é de aproximadamente 136 litros por habitante, quase 45 vezes maior que a média nacional — de 3,66 litros.
Desde 2006, ano em que ocorreu um acidente por pulverização aérea que contaminou toda a cidade, Lucas do Rio Verde passou a fazer parte de um projeto de pesquisa coordenado pelo médico e doutor em toxicologia, Wanderlei Pignatti, em parceria com a Fiocruz. A pesquisa avaliou os resíduos de agrotóxicos em amostras de água de chuva, de poços artesianos, de sangue e urina humanos, de anfíbios, e do leite materno de 62 mães.
Os agrotóxicos encontrados foram resíduos de DDE em 100% das mães; o beta-endossulfam em 44%; o deltametrina, que é um piretróide, em 37%; o aldrin em 32%; o alpha-endossulfam, que é outro isômero do endossulfam, em 32%; o alpha-HCH, em 18% das mães; o DDT em 13%; a trifularina, que é um herbicida, em 11%; o lindano, em 6%.Dos resíduos encontrados, a maioria são organoclorados, substâncias de alta toxicidade, capacidade de dispersão e resistência tanto no ambiente quanto no corpo humano.
Os organoclorados têm em comum entre si os átomos de cloro na sua estrutura, o que dá uma grande toxicidade a eles. Eles têm alta capacidade de se armazenar na gordura corporal, alta pressão no vapor e o tempo de vida deles é muito longo, por isso que para se degradar demora muito tempo. São altamente persistentes no ambiente, tanto nos sedimentos, no solo e no corpo humano.
Todas essas substâncias tem o potencial de causar má formação fetal, indução ao aborto, desregulação hormonal e até câncer.
Diante de tantos prejuízos à saúde, algumas medidas protetoras são fundamentais:
-Aquisição de alimentos em feiras orgânicas e obter informações sobre a forma de cultivo junto aos produtores.
- Leitura dos rótulos dos alimentos.
- Retorno a horta caseira, cultivo em vasos, floreiras, etc.
-Dar preferência as frutas, legumes e hortaliças da época.